quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Brasil escandinavo

Eu penso que moro num país de desigualdades. Mas, às vezes, penso que pode ser apenas uma ilusão minha. Talvez o Brasil seja um país justo e igualitário, realmente 'um país para todos'.
Há duas ou três semanas, conversando com conhecido de boa educação ele comentou que achava bom que aqui não havia racismo, coisa que há em países como os Estados Unidos. Eu me assustei e disse que via - sim - o Brasil como um país racista. Ele se surpreendeu e ficamos os dois nessa troca de surpresas. Eu fiz vários questionamentos sobre situações que considero racistas e ele, meio em dúvida, perguntou pra uma outra conhecida que estava meio perto de nós: "Você acha que o Brasil é racista?" Ela, de família muito esclarecida, universitária, pensou e respondeu: "Ah.. Eh... eu acho que não, né". Continuei com minhas argumentações que devem ter soado com estranheza para eles. Vim pra casa pensativo naquela noite.

Hoje, há poucas horas, cheguei à sala de aula e uma aluna me perguntou se eu era daqui e se já tinha morado fora do país. Eu respondi que sim e em quais países tinha vivido. Ela perguntou, então: "É melhor lá ou aqui?" Eu pensei e respondi: Acho que não é melhor lá ou aqui, acho que é diferente. O Brasil é um país bonito, mas muito injusto e isso me deixa insatisfeito. Ela, uma jovem universitária, olhou pra mim com uma expressão X e perguntou: "Injusto? Como assim injusto?" A minha vontade foi de perguntar se ela era brasileira ou se tinha acabado de chegar a este país.

Eu não sei aonde vamos chegar. Definitivamente. Eu devo morar na Escandinávia e ainda não estou sabendo.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

"There's traffic in the sky"

Hoje parece que estou com tantas saudades
Eu não sei nem explicar, nem entender
Saudade das folhas amarelas caindo no outono norte-americano
Saudade dos sapatos
Saudade da Cultura
Saudade da lua crescente do Oriente-Médio
E das noites cheias de areia
Saudade do cheiro de tempero de Jerusalém
Saudade do City Posto às 2 da manhã
Saudade do grupo jovem da Tower Church
E do pé de pitanga da minha primeira casa
Saudade do Bilu, da minha vó, do meu vô
Já tentei colocar música pra tocar
Todos os tipos, todos os ritmos
Mas cada nota, como uma terapia, vai tocando uma parte de mim
E trazendo mais e mais coisas
“Hoje eu preciso tomar um café”
“It’s a little bit funny this feeling inside”
“Where did I go wrong?”
“Cuéntame como te ha ido, si has conocido la felicidad”
É...
“I’m afraid it’s been too long”.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A alma silenciosa

O sono acaba. Os olhos abrem. E o dia amanhece. Na metrópole, muitos sons: conversas, risos, telefones, cãs, portas... Dentro, tudo é silêncio! E a alma, silenciosa, desperta e assim se mantém, acordada e silenciosa o dia todo, sem se deixar atingir por tantos barulhos, ruídos e sons. Há quem diga que o silêncio da alma é necessário, paz e confiança. E eu discordo: na confiança e na paz vivem-se sussurros nutritivos e palavras que aquecem. Você pode até pensar diferente, mas a minha alma é assim. Ela só silencia de desencanto.

terça-feira, 1 de julho de 2008

"Jovens tardes de domingo"

Viver antigamente era muito mais divertido.
Não que eu seja tão antigo assim, mas o meu antigamente já era tão mais legal que hoje. A gente não tinha telefone e receber uma carta - assim com escrever uma - era sempre uma alegria. A gente colocava foto dentro e escrevia atrás, contava aquelas novidades que depois de semanas o outro ficaria sabendo, e tudo era tão mais inédito que hoje. Muito mais inédito.
Pra telefonar a gente ia ao orelhão - que era bem amarelão -, mas antes comprava ficha pra usar. Elas iam caindo e a gente colocava mais se precisasse. Era uma atividade muito interessante colocar fichas e também sempre passar no orelhão pra ver se alguém tinha esquecido uma ficha por lá.
Não preciso nem falar sobre os telegramas! Quanta alegria ler um, com uma mensagem bem mini, pra não ficar caro, mas que era sempre algo importante, uma novidade, ou, infelizmente, uma notícia ruim de última hora.
Eu me lembro de escutar várias vezes de manhã um barulho de pocotó-pocotó e um grito de "olha o leeeeeite". Era o leiteiro passando a cavalo. A gente comprava leite de saquinho, mas mesmo assim era o máximo ver o leiteiro passar. Surpresa foi um dia beber um leite integral da Parmalat que - pasmem - vinha numa caixinha!! Delicioso. Mas depois dele a vida se rendeu a muitas e tristes caixinhas.
Conversando com uma amiga, ela me lembrou de uma coisa incrível: a gente usava enceradeira em casa! Que tarefa boa quando a mãe mandava a gente passar enceradeira e a gente saia quase que pilotando um carro pela casa. E depois da brincadeira ficava tudo brilhando, mesmo aquele taco (ainda se tinha taco no chão!) mais antigo.
Começar um ano letivo era sempre uma surpresa. Lembro de uma vez em que decidi comprar um caderno com papel reciclável. As coisas recicláveis um dia já foram uma novidade. As folhas eram amareladas, péssimas pra escrever. Mas eu acho que, interiormente, eu já sentia que o mundo mudaria - e eu precisava começar a usar materiais que salvariam minha vida no futuro. Tantas coisas aconteciam dentro de um ano letivo. Parecia quase uma década letiva!
Naquele tempo havia um espaço enorme entre Janeiro e Dezembro, tantas enceradas, jogos de vídeo-game, guerras de mamona, estouros de traque e bombinha, visitas à casa da vó de Perdões, tantas cartas, revelações de fotos que demoravam dias, brigas com o irmão...
A vida demorava a passar e era tão bom e tão feliz. Tão bom que eu nem sabia que era.
Hoje as mulheres são todas independentes e modernas, os bancos realizam depósitos em instantes, eu escrevo esse texto num blog e você quase não tem paciência para terminar de lê-lo.
Os dias já não são mais os mesmos. Acho que estou com saudades de mim.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Covardia(s)

"Nem parecia que tinha nevado, as calçadas já estavam quase limpas. Mas fazia um frio de rachar e tratei de tirar do bolso meu chapéu vermelho e botei na cabeça - estava pouco ligando para minha aparência. Cheguei até a baixar os protetores de orelha. Bem que gostaria de saber qual o safado que tinha roubado minhas luvas no Pencey, porque minhas mãos estavam geladas. Não que eu fosse fazer muita coisa se soubesse. Sou um desses sujeitos covardes pra chuchu. Procuro não demonstrar, mas sou. Por exemplo, se tivesse descoberto quem roubou minhas luvas no Pencey, provavelmente teria ido até o quarto do vigarista e diria: "Muito bem. Que tal ir me passando as luvas?". Aí, o vigarista que as tinha roubado provavelmente responderia, com a voz mais inocente do mundo: "Que luvas?". Aí eu provavelmente ia até o armário dele e encontrava as luvas num canto qualquer, escondida na porcaria das galochas ou coisa que o valha. Apanhava as luvas, mostrava a ele e perguntava: "Quer dizer que essas luvas são tuas, não é?". Aí o filho da mãe provavelmente olharia para mim, com a maior cara de anjinho, e diria: "Nunca vi essas luvas em toda a minha vida. Se são tuas, pode levar. Não quero mesmo essa droga pra nada". Aí eu provavelmente teria ficado uns cinco minutos de pé, no mesmo lugar, com as luvas na mão e tudo. Ia me sentir na obrigação de dar um soco no queixo do sujeito, quebrar a cara dele. Só que não iria ter coragem de fazer nada. Ia só ficar ali, de pé, tentando fazer cara de mau. Talvez dissesse alguma coisa bem cortante e sarcástica, para aporrinhar o sujeito - em vez de lhe dar um soco no queixo. Seja lá como for, se eu dissesse alguma coisa bem cortante e sarcástica, ele provavelmente se levantaria, chegaria mais perto de mim e perguntaria: "Escuta, Caulfield. Você tá me chamando de ladrão?". Aí, em vez de dizer que era isso mesmo, que ele era um filho da mãe dum ladrão, eu provavelmente só teria dito: "Só sei que a droga das minhas luvas estavam na droga das tuas galochas". A essa altura o sujeito já saberia com certeza que eu não ia mesmo dar um soco nele e diria: "Olha, vamos deixar esse negócio bem claro. Você tá me chamando de ladrão?". Eu então provavelmente responderia: "Ninguém está chamando ninguém de ladrão. Só sei que as minhas luvas estavam na porcaria das tuas galochas". O negócio podia continuar assim durante horas. Finalmente eu iria embora sem ter dado um sopapo nele. Provavelmente ia para o banheiro, acendia um cigarro e ficava me olhando no espelho, fazendo cara de valente. De qualquer maneira, era nisso que eu estava pensando enquanto voltava para o hotel. Não é nada engraçado ser covarde. Talvez eu não seja totalmente covarde. Sei lá. Acho que talvez eu seja apenas em parte covarde, e em parte o tipo de sujeito que está pouco ligando se perder as luvas. Um de meus problemas é que nunca me importo muito quando perco alguma coisa - quando eu era pequeno minha mãe ficava danada comigo por causa disso. Tem gente que passa dias procurando alguma coisa que perdeu. Eu acho que nunca tive nada que me importaria muito de perder. Talvez por isso eu seja em parte covarde. Mas isso não é desculpa. Sei que não é. O negócio é não ser nem um pouquinho covarde. Se é hora de dar um soco na cara de alguém, e dá vontade mesmo de fazer isso, a gente não devia nem conversar. Mas não consigo ser assim. Eu preferia empurrar um sujeito pela janela, ou cortar a cabeça dele com um machado, do que dar um soco no queixo dele. Odeio briga de soco. Não que me importe muito de apanhar - embora, naturalmente, não seja fanático por pancada - mas o que me apavora mais na briga é a cara do outro sujeito. Não consigo ficar olhando a cara do outro sujeito, esse é que é o meu problema. Não seria tão ruim se a gente estivesse com os olhos vendados, ou coisa que o valha. Pensando bem, é um tipo gozado de covardia, mas não deixa de ser covardia. E eu não procuro me iludir (...)".

Puerto Esperanza


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pois é...

A vida, com certeza, é uma artista
Tudo que ela faz ninguém entende
Tudo o que todo mundo faz ela não entende
Dá voltas, piruetas, faz traços não terminados
E diz que tudo tem um significado
Como uma obra de arte você observa
Observa tudo que ela produz
E se sente mal por não entender nada
As pessoas ao seu lado parecem entender
Fingem
Muito
Ela tenta pintar retratos
Pinta errado
Desenha caminhos indecifráveis
Com atalhos intermináveis
Voltas, voltas e mais voltas
Chegadas que são partidas
Canta canções nunca compostas
Toca um instrumento ainda não inventado
E ainda te passa a partitura e pede ajuda
E você se perde no meio de toda essa galeria de arte
Sem mapas, nem guias
Apenas outros visitantes
Que fingem
Muito
E os signos obscuros continuam ininteligíveis
Essa vida ainda me mata.

terça-feira, 20 de maio de 2008

"A hora da estrela"

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém..."

"Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo do universo em nós..."

"Laranjeira
Sonhar com as estrelas..."

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Por que você ama quem você ama?

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo.Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. [...]"

Quero egoístas, fúteis, meninos mimados e cafajestes.Tudo isso, só porque os amo.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

... e o tempo passa

Ficar adulto, ou mais adulto, é um processo estranho e que parece se tornar mais complexo a cada dia.
Uma dessas coisas tristes de crescer mais é ir perdendo as pessoas, por vários motivos: porque saem, porque se mudam, porque você se muda, mas, especialmente, porque as pessoas morrem.
São tantos tios, tias, avôs e avós, amigos mais antigos, e, até mesmo, as pessoas mais próximas.
Um dia estava pensando que, como sou o mais novo da família, talvez a velhice me faça ver todos irem embora até que eu mesmo vá. E, conversando sobre isso com um grande amigo pela internet [não de forma triste, mas falando normalmente sobre o tema] ele me lembrou de como devemos aproveitar as pessoas vivas pra nos lembrarmos sempre bem delas depois. E, ao falar da saudade que sentia de seu avô ele me disse: "quando me lembro dele, sempre me vem um sorriso no rosto".
Talvez essa seja uma boa medida pra vida e para as pessoas que temos na vida. Talvez seja um bom modo de pensar em mudar algo e como conviver socialmente com todos, especialmente os mais próximos: tentar deixar sorrisos ligados às memórias que ficarão.

"Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude..." Ec. 12.1a

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Paciência - Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...


A vida não pára não...
A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A alma imoral

"Quando resolvemos sair do lugar estreito, ocorre um processo semelhante com o corpo. O corpo não gosta de sair, de mudar. São a estreiteza e o desconforto que o convencem de que não existe outra saída. Mas para onde ir se o corpo não conhece nada de diferente de si mesmo? A alma, imoral em sua proposta de desalojamento do corpo, impõe uma caminhada que para o corpo acaba por ser um enfrentamento com uma barreira aparentemente intransponível. Como seguir rumo à terra prometida, ao futuro,se entre o presente e ela existe um fosso, um mar, absoluto. O corpo então questiona a sensatez da alma. Os portões do passado se fecham, os do futuro não estão abertos e o corpo experimenta a mais temida das sensações - o pânico de se extinguir(...) Passar por um processo de mutação de maneira bem sucedida é irromper em um outro corpo que não se sabia que poderia conter nosso "eu"."

Ama sim!

Um conhecido meu, ex-seminarista, conta que um amigo seu, também religioso, andava pela rua quando um bêbado veio até ele com aquela atitude de confronto e com aquele velho discurso desafiante:
"- O que você vai me dizer? Que nesta Bíblia aí está escrito que Deus me ama, e esse tipo de coisas?"
O jovem religioso, num dia de impaciência, pediu perdão interiormente pela sua falta de vontade de dar papo àquele tipo de papo, e respondeu:
"- Ama você? Meu amigo, olha pra vida. Tem gente morrendo de fome por esse mundo afora, guerra no Iraque que não acaba e desgraceira pra todo lado, você acha que Ele estaria preocupado com você? Ele não está preocupado com você não."
Nisso o bêbado, assustado, revidou:
"- Ele me ama sim, que isso! Tá escrito aí sim, eu tenho certeza que tá escrito aí que Ele me ama..."

O desafio também é uma forma de alteridade. E através da alteridade, sempre a auto-afirmação.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Batata Rostie

Ingredientes:
- 1 kg de batata Asterix com casca
- caldo de galinha em pó a gosto
- sal a gosto
- 200 g de frango cozido e desfiada
- 100 g de queijo cremoso
- 50 g de queijo parmesão ralado
- 200 ml de azeite
Modo de Preparo:
1- Numa panela com água fervente cozinhe 1 kg de batata por 20 minutos. Retire as batatas da água e deixe-as esfriando naturalmente. Depois que as batatas estiverem frias, coloque-as na geladeira por no mínimo 3 a 4 horas. (OBS: é usada a batata Asterix pois possui menor quantidade de água que as outras batatas).
2- Retire as batatas cozidas da geladeira e descasque-as. Depois, sobre uma assadeira e com o auxílio de um ralador de legumes, rale as batatas no ralo grosso, mantendo sempre o mesmo sentido. Tempere as batatas raladas com caldo de galinha em pó a gosto e se quiser coloque sal a gosto.
3- Pegue uma frigideira número 17, anti-aderente e salpique 250 g das batatas raladas preenchendo o fundo da frigideira. Por cima coloque o frango cozido e desfiado, depois o queijo cremoso e o queijo parmesão ralado. Cubra este recheio com mais 250 g de batata ralada. Regue a beirada da batata com azeite.
4- Leve a frigideira para o fogo alto por 12 minutos, retire o azeite, vire a batata e volte ao fogo com mais um pouco de azeite nas beiradas por mais 7 minutos até que fique douradinha. Sirva a seguir.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Al Otro Lado del Río (Jorge Drexler)

"Clavo mi remo en el agua

Llevo tu remo en el mío

Creo que he visto una luz al otro lado del río

El día le irá pudiendo poco a poco al frío

Creo que he visto una luz al otro lado del río

Sobre todo creo que ni todo está perdido

Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío

Oigo una voz que me llama casi un suspiro

Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema

En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío

Creo que he visto una luz al otro lado del río

Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío

Creo que he visto una luz al otro lado del río..."

Sempre entre esses lados. Há quem diga que existe até mesmo uma "terceira margem do rio". Por favor, duas já me bastam. Essa vida ainda me mata.