terça-feira, 30 de junho de 2009

Pra bom entendedor uma planta basta

Preciso falar [escrever] alguma coisa?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Laranjeira


"Laranjeira
Sonhar com as estrelas..."

domingo, 21 de junho de 2009

Eu, hoje.

Esse fim de semana vim visitar meus pais na minha cidade original. E é sempre bom, mas tão estranho. Entre nós três tudo ótimo. Mas dentro de mim tantos eus.
Eu olho pras pessoas de onde eu sou e onde vivi grande parte da vida e tento me ver nelas, mas não consigo muito. Olho pros meus pais e ao mesmo tempo em que me vejo, não me vejo mais.
E olho pra mim mesmo, e não consigo me enxergar.
Eu vejo algumas pessoas que pertencem tanto a quem são, a onde estão, e às pessoas com quem vivem. Eu não. Não me sinto inteiro em lugar algum. Há pedaços por todos os lados desse planeta, que vão ficando. E eu vou caminhando repartido.
Sábado por volta das 5 da manhã eu vi a lua e uma estrela especialmente brilhante. E eu achei um pedaço de mim. Eu queria ter ficado horas dentro daqueles minutos, sentindo uma parte de mim que eu não sentia fazia tempo.
Amanhã parto, novamente, em busca de outro pedaço que fica guardado num outro local. E assim vou me espalhando pelo caminho.
Acho que estou com vontade de deitar e sentir meu corpo todo junto, sentir um sono sem ontem, nem amanhã, nem sempre, nem nunca. Sentir o agora.
E eu decidi que não quero terminar esse texto.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mr. Antolini

"Among other things, you'll find that you're not the first person who was ever confused and frightened and even sickened by human behavior. You're by no means alone on that score, you'll be excited and stimulated to know. Many, many men have been just as troubled morally and spiritually as you are right now. Happily, some of them kept records of their troubles. You'll learn from them - if you want to. Just as someday, if you have something to offer, someone will learn something from you. It's a beautiful reciprocal arrangement. And it isn't education. It's history. It's poetry."

domingo, 14 de junho de 2009

Considerações

Home Alone
Desde quinta-feira estou sozinho em casa! Como isso é bom.
Não tive o feriado extendido, ou como dizem os franceses, não fiz a ponte. Mas as pessoas que moram comigo sim e, por isso, viajaram. Fiquei só. Que paz.
Pude ouvir Josh Groban, Bernard Fines, Coldplay e Caedmon's Call bem alto, como não fazia havia muito, muito tempo. Acendi e apaguei as luzes na hora que eu quis, falei sozinho.
É muito bom se respeitar!

Saúde
Pra aproveitar que era feriado prolongado (mesmo não tendo feito a ponte), eu fiquei doente.
Planejei milhares de coisas pro final de semana e pronto: fiquei meio mal, com muita febre, e bastante tempo deitado. Na sexta-feira, tive 13 horas de trabalho, com febre o dia todo, e mesmo sabendo disso minha chefe nem ligou. Afinal, pra que serve a maioria dos humanos? Pra estragar a nossa saúde, sempre.
Por isso prefiro os cachorros, as criancinhas, e uns 5 a 10% de todas as pessoas que conheço. Esses fazem a vida valer.
E hoje, bem melhor que nos outros dias, vejo o quanto é bom estar saudável.

O som
Hoje, excepcionalmente, fui à igreja pela manhã. Sentei-me com os surdos pois estou aprendendo um pouco de libras (linguagem brasileira de sinais) e é bom para interagir e aprender um certo vocabulário. Restrito, mas extenso quand-même.
O organista era um dos melhores organistas que eu conheço, talvez o melhor que já ouvi.
Após o prelúdio, o coral começou a cantar uma canção e a intérprete a traduziu para os não ouvintes. Eu fiquei olhando pra ela e refletindo sobre a impossibilidade de transimitir o som daquele órgão, a mão daquele cara nas teclas e os seus pés no pedal, e as vozes do coral usando apenas as duas mãos da intérprete. A música, que é a coisa mais bela que eu conheço, é algo desconhecido para aqueles surdos. Totalmente desconhecido.
Como se descreve o que é a música em libras?

As cores
Hoje peguei o metrô por volta das 13h00. Quando chegei à estação da Sé, onde trocaria de metrô, a surpresa: eu nunca vi tanta gente naquele lugar. Não dava nem pra descer pro andar debaixo, onde passa o metrô que eu precisava. É que como eu precisava pegar o trem no sentido que ia pro mesmo lado da avendia paulista, e hoje tem parada glbt, todo mundo estava indo naquela hora pra lá.
Nunca vi tanta gente autêntica junta. Cada figurino, cada maquiagem, cada leque, cada cor. Era autenticidade demais para o metrô de São Paulo.
E dava pra ouvir a alegria de todo mundo no andar de baixo quando o metrô chegava. Eu desisti de esperar após um tempo sem nem conseguir chegar perto da escada pra descer e saí pra pegar um táxi. Mas de cima dava pra ver, por um local onde há vãos, as plataformas de embarque do andar de baixo. Fiquei impressionado com o colorido.
O metrô de São Paulo é sempre tão cinza, tão nublado. Acho que os funcionários do metrô deveriam começar a usar umas roupas mais variadas.

Por fim acho que essa postagem ficou meio a la twitter mas ok. Deve ser porque eu aderi ao twitter recentemente.

terça-feira, 9 de junho de 2009

São palavras dos outros

"Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."