quarta-feira, 28 de abril de 2010

(Sem título, hoje)

"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome..."
E eu não tenho gostado das cores que eu tenho visto. Nem das que tenho visto em mim nem nos outros.
É tanta diferença, tanta diferença. Tanto eu em mim.
É tanta gente precisando de comida, de roupa, de um abraço, de amor. De algum amor. "Qualquer amor".
Eu sofro por dentro ao pensar nas pessoas que estão por aí sem casa, mas principalmente sem lar. Sem uma memória boa de alguém pra amar. Sem a imaginação de qualquer porto pra ancorar.
Pessoas para quem a esperança já foi a última a morrer. E não restou mais nada.
E, mesmo assim, não consigo fazer nada. Sofro por elas, mas não com elas. Ou seja, não faço nada.
Alguém aceita me dar a mão, me puxar e me fazer mudar esse mundo?

sábado, 3 de abril de 2010

"And in time we will all be stars..."


Sabe o que tenho notado? Que a vida só anda pra frente. Por mais que a gente deseje parar, ela não para. Voltar seria mesmo ótimo, mas nem isso seria necessário. Parar já seria um alívio. Impossível.
E, como eu li em um belo blog ontem, "não adianta querer as coisas que não existem." Triste realidade. Real realidade.
Então só nos resta andar pra frente também. Puxados, arrastados, ou seja lá como for, mas pra frente.
Dizem que, por fim, isso faz bem.
Talvez se tivéssemos a opção de ficar parados seria pior. Não sei. Realmente não sei. Eu acho que correria o risco. Ah, correria... só o risco. Pois correr é um verbo que eu gostaria de eliminar.
A vida corre demais. E minhas pernas nem sempre acompanham.
Acho que preciso me exercitar mais pra viver. Ganhar fôlego e retomar o caminho.
Talvez desenhar um novo caminho e tomá-lo, pela primeira vez.
Tenho olhado muito pelo retrovisor e tenho visto tanta coisa, tanta estrada. E nessa estrada cheia de neblina que está a minha frente, parece que vai chegar um cruzamento. As placas já indicaram.
Eu ainda não sei qual direção tomar. Meus mapas só iam até o último kilômetro que passou. Logo, logo será hora de desenhar a próxima curva e seguir. Pra dentro da neblina pra descobrir o outro lado.
Alguns dizem que o novo pode ser muito bom, e até mesmo muito melhor que o que tínhamos. Pode mesmo! Não sou pessimista em relação a isso, como vários pensam.
Mas sei que as estradas até aqui são difíceis de deixar.
Acho que no próximo cruzamento vou parar, desligar o carro, descer e seguir.
A pé e descalço.