sábado, 23 de janeiro de 2010

Hoje, sem título

Há alguns momentos na vida em que o que a gente mais deseja é voltar o tempo ou acelerá-lo. Em que tudo o que a gente menos deseja é o presente. Pena que, assim, o momento mais real que temos - o presente - é desperdiçado. E a vida não para. Nunca.
Hoje acordei com a certeza da necessidade de fugir, de ir embora, pra sempre. Mas pra onde?
Num mundo tão grande parece que faltam opções. Faltam por motivos que podem ser enumerados, mas motivos que não quero enumerar.
Entendi que estou no lugar errado, na hora errada, fazendo a coisa errada.

Ontem fui a um show fantástico, mas mais um vez notei o quanto é sofrível pra mim fazer isso. Sempre. Fica sempre a beleza do show a minha frente, e uma dor vazia imensa por dentro.
Qual seria melhor: não ir mais e, assim, perder a beleza, ou ir e, assim, sentir a dor vazia? Não sei.

Acho que continuo querendo apenas fugir pra dentro dos meus fones de ouvido, como faço agora. Acabei de perceber que a música já acabou faz um tempo, mas eu continuo com eles.
Acho que eles fecham a porta pra dentro de mim.

Mas eu queria fugir pra fora.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Y hoy te extraño en español...

Hoje fico com algumas palavras do uruguaio Jorge Drexler, que expressão bem o que eu quero dizer.

"Dove sei?

Dove sei(...)? Dove vai?
¿Dónde será que estás ahora
en este instante?
¿En cuál de tus varios mundos distantes?

Cause you come and you go
You go and I wait,
I wait and you move,
you move and I come..."

"730 días

No hay rincón en esta casa
que no te haga regresar.
Cada grano de memoria
y la casa es un arenal."

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Começa o ano...


Começa mais um ano, depois de vários que já passei e depois de inúmeros que já se passaram nessa eternidade do universo. Falamos sempre como se a eternidade tivesse tempo. Sempre.
Fazemos tantos planos para uma simples troca de dias no calendário, como se houvesse alguma diferença real entre essa noite e todas as noites que se colocam na metade de dois dias. Sucessão interminável.
Colocamos flores brancas no mar...
Precisamos sempre de começos e fins. Aprendemos a viver assim. Apenas assim.
E, mesmo assim, não nos conformamos quando algumas coisas terminam. Ciclos sem fim. Que nos guiarão.
Nessa imensidão somos nada mais que uma gota de luz na idade do céu. E, como as estrelas, brilhamos e nos vamos. Nos calamos.
Somos apenas memórias.
Tudo tem seu fim. E ao mesmo tempo não. As coisas continuam a existir em nós, enquanto existirmos.
Somos somas de todas as cores: silêncio.
Cabe um universo em nós. Dentro do peito. Peito que às vezes parece pequeno pra tanto universo.
E eu olharei a sua fotografia na minha carteira...
E mesmo sem planos, tudo quer se renovar.
É que começa um novo ano... No calendário imaginário da eternidade que se prendeu no tempo pra nós.
Que seja Feliz o Ano Novo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sei lá... a vida tem sempre razão

"Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação

Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão

A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não

Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão"