sábado, 17 de dezembro de 2011

Há lampejos de "vidência" em cada um de nós

Eu acredito na existência de algo que pode ser chamado de alma. E acredito na sua imortalidade e atemporalidade.
Aliás, eu acredito na eternidade como atemporalidade, e me refiro à atemporalidade como completa ausência da ideia de tempo.
E penso que como algo atemporal, ela não existe de forma cronológica, e não é gerada dia após dia, hora após hora, como é gerada a nossa existência corporal. Penso que esse algo que pode ser chamado de alma já existe. Tanto o antes, o agora e o depois dele já existem.

E fazer uma alma atemporal compactuar com corpo e mente cronológicos é complicado. É um exercício mais que físico. É, no mínimo, sobrenatural.
E nessa tentativa de fazer compactuar, penso que às vezes a mente se confunde.
Muitas vezes temos respostas para o que precisamos fazer através do simples fato de que sabemos o que devemos fazer. Porque há lampejos de 'vidência' em nós, já que a nossa alma/coração sabe de coisas que a nossa mente jamais será capaz de vislumbrar.
Daí cometemos o erro de pensar demais, racionalizar, e de tirar a alma das nossas ações, das nossas decisões, e das nossas vidas.
E como tirar aquilo que é exatamente o que define a nossa vida?

Essa semana, andando por aí à toa, me lembrei de uma situação em que um lampejo foi muito claro. Foi, na verdade, um clarão. Mas eu preferi a temporalidade e a limitação do meu corpo e da minha suposta racionalidade e inteligência, e errei feio. Talvez o maior erro da minha vida.
E nos últimos anos cometi outros, pelo mesmo motivo, mas em assuntos completamente diferentes. E assim talvez sejamos sempre, pois esse corpo e essa mente são prisões muito tentadoras, e que se acreditam muito auto-suficientes.

E é por isso que o meu desejo para 2012, 2013, 2014 e todo o resto que houver, é ser capaz de racionalizar menos, de pensar menos, de ter mais seriedade, e de me lembrar da eternidade que se fez homem por nós, para, na minha opinião, através dele nos lembrar da eternidade que houve, que há e que haverá.
E eu anseio com calma pelo dia em que sempre e nunca se igualarão, na ausência absoluta do tempo. 'Eternamente'.

Feliz Dezembro, Feliz Natal, e Feliz Ano Novo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Al otro lado del río"

Foi preciso ir um pouco longe
Pra chegar a um lugar que deveria
Talvez
Ser um pouco perto
Mesmo que só um pouco

Foi preciso esquecer um pouco o norte
Ou os nortes
Descer para o sul
E cruzar um grande rio
Que divide e une tanta coisa

Foi preciso reparar o sol nascer
Foi preciso reparar o sol
E cruzar fronteiras
Para entrar num território privado

E foi preciso parar
Sozinho

Só com o rio
Que refletia o sol que nem prata

"Brisa del mar"

Crianças pelas calçadas
Com jalecos brancos
E laços azuis

Mate
Por todos os lados, mate

Saudade
Por favor, não me mate

O mundo estava ali
Todo dentro daquele momento
Quando algo de mim se juntou ao rio
Pra correr para o mar
E tentar se libertar

"No hay otra norma
Todo se transforma"

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Campo branco...


"Campo branco minhas penas que pena secou
Todo o bem qui nóis tinha era a chuva era o amor
Num tem nada não nóis dois vai penano assim
Campo lindo ai qui tempo ruim
Tu sem chuva e a tristeza em mim
Peço a Deus a meu Deus grande Deus de Abrãao
Prá arrancar as pena do meu coração
Dessa terra sêca in ança e aflição
Todo bem é de Deus qui vem
Quem tem bem lôva a Deus seu bem
Quem não tem pede a Deus qui vem
Pela sombra do vale do ri Gavião
Os rebanhos esperam a trovoada chover
Num tem nada não tembém no meu coração
Vô ter relampo e trovão
Minh'alma vai florescer
Quando a amada a esperada trovoada chegá
Iantes da quadra as marrã vão tê
Sei qui inda vô vê marrã parí sem querer
Amanhã no amanhecer
Tardã mais sei qui vô ter
Meu dia inda vai nascer
E esse tempo da vinda tá perto de vin
Sete casca aruêra cantaram prá mim
Tatarena vai rodá vai botá fulô
Marela de u'a veis só
Prá ela de u'a veis só"

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tres mil millones de latidos

"Estoy aquí de paso, yo soy un pasajero.
No quiero llevarme nada,
ni usar el mundo de cenicero.

Estoy aqui sin nombre
y sin saber mi paradero,
me han dado alojamiento
el mas antiguo de los viveros.

Si quisiera regresar
ya no sabria hacia donde.
Pregunto al jardinero
y el jardinero no me responde.

Hay gente que es de un lugar,
no es mi caso yo estoy aquí de paso

El mar moverá la luna o la luna a las mareas,
se nace lo que se es
o se sera aquello lo que se crea.
Yo estoy aqui perplejo,
no soy mas que todo oidos,
me quedo con mucha suerte
tres mil millones de mis latidos..."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aquela vida que eu sonhei


Sabe aquela vida que uma vez sonhei?

Tinha vários labradores sendo levados pra passear pelos donos
E crianças aprendendo a caminhar
Com aquele jeito caindo pra frente
Que só as crianças têm

Tinha pessoas educadas, mas sérias
Felizes, mas sóbrias
Pessoas que sorriam mais do que riam
Tinha pessoas

Tinha árvores e folhas
Mas poucas flores
Tinha cores, mas poucas
Tinha preto
Tinha branco
E tinha silêncio
Que é a cor mais bonita de todas

Tinha poucos sonhos
Muito poucos sonhos
Tinha mais realidade

Tinha um palco
Um piano
E um cara calado ao piano no palco
Esperando a hora do concerto começar

Tinha gente tomando vinho
E gente comentando a vida
Comentando as dificuldades da vida
Que são tão difíceis de superar

Tinha distância das pessoas não desejadas
E menos saudade das pessoas que se quer
Tinha pessoas

Tinha uma rua iluminada

Tinha tristeza e alegria
Na medida adequada

Tinha fim de semana toda semana

Tinha mercado com frutas e flores
Mesmo que eu só comprasse as frutas

Tinha pai e mãe
Tinha eu

Sabe aquela vida que uma vez sonhei?
Eu queria ela pra mim.