quinta-feira, 30 de julho de 2009

A vida é um pisca-pisca

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

We are the world

O bilhete da foto acima diz, como vocês veem: Eu gosto de olhar os desconhecidos e imaginar que eles têm alguém que os ama.
No entanto, ultimamente tenho me questionado muito sobre a realidade dessa frase, e não tenho conseguido concordar com ela. Gosto, sim, de ver as pessoas, e imaginar rapidamente quem são. Não me prendo muito tempo nessa atividade, mas gosto de olhar os outros e imaginar. E tenho ficado triste com o que imagino.
Tenho visto pessoas tão tristes, situações tão tristes, alegrias tão fúteis.
Um dia desses, andando por uma rua cheia de bares e vida noturna, fiquei pensando no vazio de toda aquela diversão inútil. Não que não seja boa, mas baseado nas pessoas que conheço, inclusive eu, noto que é uma alegria que não satisfaz, é um preenchimento temporário pra um vazio permanente. E as pessoas continuam comprando o modelo de felicidade que as outras vendem. E cada vez pagando mais caro pela compra.
Além disso, tenho reparado muito nas pessoas marginalizadas da cidade. E tenho me sentido muito mal. Não consigo imaginar nada de bom pra elas, e não consigo ver ninguém que as ame. Nem um pouco. Ontem voltando pra casa eu vi um homem enrolado nuns panos, sentado nas escadinhas na porta de uma loja já fechada, pois era bem tarde. Ele se mexia um pouco como se estivesse se esquentando do frio. E eu passei rápido tentando imaginar o que poderia estar dentro da cabeça dele. Ele sobrevive ao frio pra quê? Será que ele tem saudades da mãe dele? Será que ele conheceu a mãe dele?
Tenho me perguntado muito, ultimamente, sobre o nosso papel com relação aos outros. E com isso não falo apenas das pessoas tidas como necessitadas ou marginalizadas. Eu falo de todas as pessoas. Vejo que, no geral, ninguém liga para a coletividade, nem para a individualidade alheia. Eu, por exemplo, divido um apartamento com uma pessoa que não entende que eu não sou como ela. Uma pessoa que não consegue se colocar no meu lugar. Será que somos todos assim? Será que seremos sempre todos assim?
Eu não quero ser essa pessoa pra sempre. E eu não quero esse mundo pra sempre.
E você? Vai me dar uma idéia pra mudá-lo ou não?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quem se importa?



"Take your candle, go light your world."

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Considerações II

Hoje, querendo escrever algo no blog, eu não consegui chegar a uma conclusão. Várias coisas foram pensamentos durante os últimos dias, mas nada me deu vontade de fazer virar postagem. Na verdade, vontade deu, mas nenhuma idéia se desenvolveu.
Por isso, decidi escrever mais uma postagem do tipo considerações. Assim eu falo um pouco de algumas coisas, lê quem quiser o que quiser, e eu vou dormir em paz [?].

Cocoricó
Eu fui assistir essa tarde a uma apresentação de uma cavalaria, o que aconteceu em um parque na cidade. Foi tudo ótimo mas o que me chamou mais atenção foi um mulequinho que estava perto de mim. Diferente da maioria dos parques que eu conheço, entre as aves que ficavam espalhadas pelo local havia vários galos! E como os galos estavam mais próximos de nós do que os cavalos que estavam na arena, as aves acabaram chamando mais a atenção do garoto. Num certo momento o galo cantou. E o menino surpreso falou: 'Eu nunca vi um galo cantar!'
Depois eu fiquei pensando sobre como certas coisas que para algumas pessoas são tão normais podem ser tão novas pra outras. A gente tem uma tendência a falar mal das pessoas das grandes cidades dizendo: aquele menino nunca viu uma vaca de verdade na frente dele. Mas, na realidade, as pessoas do interior também nunca viram muita coisa que os da selva de pedra já viram. Se são coisas melhores ou piores, isso é uma questão de opinião, de visão. O que mais me impressiona é ver como as pessoas se formam através de experiências tão diferentes umas das outras e acabam se tornando todas, de uma certa maneira, semelhantes.
É impressionate o ser humano. E é incrível ser humano. Mas fácil não é.

Vinha
Fui, essa noite, através de um convite feito por uma colega de faculdade pelo twitter, a uma igreja nova. Na verdade ela acontece atualmente num salão de um hotel. E a localização do hotel foi escolhida propositalmente. Fica numa rua super movimentada, conhecida pelos seus bares, vida noturna e centenas de inferninhos, se preferirmos assim chamá-los.
E eu fiquei pensando na beleza daquela diversidade, no quanto é saudável dar opções às pessoas.
Eu gosto de pessoas que se misturam.

Xbox360
Ontem, no msn, um amigo meu deu uma esnobada dizendo que tinha um Xbox360 [brincadeira]. Ele falou isso quando eu disse que estou com vontade de jogar Guitar Hero, o mlehor jogo do mundo. Vale lembrar que eu conheço pouquíssimos jogos atuais de video-game. O meu repertório acabou na época do Mega Drive e do Super Nintendo. A looong time ago.
E hoje eu vi como estou com vontade, na verdade, é de passar a tarde inteira jogando. Ir pra casa de algum amigo de verdade, ou receber algum em casa [detalhe: eu não tenho video-game, ok, tragam o seu] pra ficar jogando sem parar, fazer um sanduíche e comer com nescau e continuar jogando... E depois jogar mais um pouco ainda.
Ai que saudade de ter uns 14 anos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Gin a body meet a body comin thro' the rye


Durante praticamente toda a narração do livro The Catcher in the Rye, o personagem principal, Holden, se pergunta sobre o destino dos patos do Central Park, em Nova Iorque, quando chega o inverno. Os lagos congelam e ele não consegue chegar a uma conclusão, se os patos migram para o sul, se são levados para algum lugar, um zoológico talvez... Fica sempre a dúvida. E ninguém consegue esclarecer essa pergunta. Na verdade, se irritam com ele quando ele toca nesse assunto, dizendo ser uma pergunta descabida, um questionamento desnecessário.
Por outro lado, quando ele conta mentiras mirabolantes, como por exemplo sobre o tumor que tem na cabeça ao fazer uma viagem de trem, as pessoas prestam atenção, querem saber.
Será que não é assim na maioria das vezes na vida real? Os questionamentos mais profundos, mais sérios, são aqueles que não chamam a atenção de quase ninguém. As pessoas não se preocupam com o que realmente importa para os outros, com as idéias que fazem diferença na vida das outras pessoas. "People always clap for the wrong things." Always.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Passatempo?


Hoje, numa reflexão rápida, eu estava pensando sobre a bolacha Passatempo e sua relação com a minha infância. Péssima reflexão, eu sei, mas ela é minha então você respeite, ok.
Eu fui uma criança meio sem noção que, além de já ter pedido de Natal/aniversário uma gaita de foles, um berrante e uma sela pra cavalo (mesmo sem nunca ter tido um cavalo), também quis, desesperadamente, ir pra escola mesmo antes de ter idade pra ir (isso causou sérios arrependimentos mais tarde!). E como eu arrumava, de vez em quando, uma choradeira na frente da escola do meu irmão para poder ficar, eles me aceitavam esporadicamente em alguma turma do pré-escolar pra eu poder ficar lá fingindo que eu estava indo, realmente, pra escola.
Um certo dia a professora da tal "minha" turma me convidou para ir numa excursão com eles para o bosque do Batalhão de Polícia Militar. Foi a minha primeira excursão escolar, mesmo antes de estar na escola. E foi também o começo de uma tradição alimentar "para excursões" que durou por vários anos seguintes. Eu adorava levar nesses passeios bolacha Passatempo sem recheio com uma garrafinha de Coca-cola. E achava aquela combinação fantástica.
Alguns anos mais tarde veio uma propaganda da bolacha Passatempo que me fez cantarolar infindavelmente a musiquinha sonoramente fantástica que eles colocaram:
“Quero que o tempo passe, que o tempo, tempo passe todo mundo tá querendo. Quero passatempo, passa, passatempo o tempo passa e todo mundo está comendo."
Eu acho que tantas crianças devem ter cantado aquilo juntas que o pedido foi atendido. E o tempo passou muito rapidamente.
Hoje em dia eu não curto mais a bolacha Passatempo e nem bebo mais refrigerantes, especialmente o desentupidor de pia Coca-Cola. E estou prestes a lançar um novo biscoito que se chame Para-o-tempo.
Só que alguém vai ter que ajudar a criar um jingle tão bom quanto foi aquele, para que milhões de adultos aflitos com esse tempo que não para, como eu, possam cantar juntos e fazer o relógio andar mais devagar.
Será que vai funcionar?

*Vale ressaltar que Passatempo é o nome dado a partir do início dos anos 90 para a bolacha Divertidos.

sábado, 4 de julho de 2009

Playing with the words

A plataforma dessa estação é a vida

Eu só não sei como eu vou voltar pra casa
E encontrar a casa bastante vazia
Eu realmente não sei.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tonight

I'm longing for a busy day
With hours and dates and tasks to accomplish
But tasks I want to accomplish
And challenges I want to take
I'm longing for a day with more plans
Maybe more dreams
Real dreams
Dreams that I can transform into plans
I'm not longing for the future
I don't want the future to come
I want the present to bloom