segunda-feira, 20 de julho de 2009

We are the world

O bilhete da foto acima diz, como vocês veem: Eu gosto de olhar os desconhecidos e imaginar que eles têm alguém que os ama.
No entanto, ultimamente tenho me questionado muito sobre a realidade dessa frase, e não tenho conseguido concordar com ela. Gosto, sim, de ver as pessoas, e imaginar rapidamente quem são. Não me prendo muito tempo nessa atividade, mas gosto de olhar os outros e imaginar. E tenho ficado triste com o que imagino.
Tenho visto pessoas tão tristes, situações tão tristes, alegrias tão fúteis.
Um dia desses, andando por uma rua cheia de bares e vida noturna, fiquei pensando no vazio de toda aquela diversão inútil. Não que não seja boa, mas baseado nas pessoas que conheço, inclusive eu, noto que é uma alegria que não satisfaz, é um preenchimento temporário pra um vazio permanente. E as pessoas continuam comprando o modelo de felicidade que as outras vendem. E cada vez pagando mais caro pela compra.
Além disso, tenho reparado muito nas pessoas marginalizadas da cidade. E tenho me sentido muito mal. Não consigo imaginar nada de bom pra elas, e não consigo ver ninguém que as ame. Nem um pouco. Ontem voltando pra casa eu vi um homem enrolado nuns panos, sentado nas escadinhas na porta de uma loja já fechada, pois era bem tarde. Ele se mexia um pouco como se estivesse se esquentando do frio. E eu passei rápido tentando imaginar o que poderia estar dentro da cabeça dele. Ele sobrevive ao frio pra quê? Será que ele tem saudades da mãe dele? Será que ele conheceu a mãe dele?
Tenho me perguntado muito, ultimamente, sobre o nosso papel com relação aos outros. E com isso não falo apenas das pessoas tidas como necessitadas ou marginalizadas. Eu falo de todas as pessoas. Vejo que, no geral, ninguém liga para a coletividade, nem para a individualidade alheia. Eu, por exemplo, divido um apartamento com uma pessoa que não entende que eu não sou como ela. Uma pessoa que não consegue se colocar no meu lugar. Será que somos todos assim? Será que seremos sempre todos assim?
Eu não quero ser essa pessoa pra sempre. E eu não quero esse mundo pra sempre.
E você? Vai me dar uma idéia pra mudá-lo ou não?

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