É estranho estar com o coração vestido de preto
O horizonte ficou tão diferente, talvez mais distante
Todas as cores estão mais parecidas, menos fortes e brilhantes
E as horas parece que seguem ainda um ritmo próprio que não corresponde a nada
Nada que eu conhecia
É estranho estar com o coração vestido de preto
E sentir um frio na barriga que não se explica por si só
Não é de medo, nem de ansiedade, nem de frio, nem de fome
Não é
É como se fosse possível sentir um vazio passeando pelo corpo
Uma hora está na cabeça, outra no peito, outra nas pernas trêmulas, outra no corpo todo
E você anda pela rua vendo que tudo continua igual
E as pessoas continuam suas vidas
Riem seus risos, beijam, brigam, sofrem, nascem e morrem
Mas os meus olhos estão diferentes
Tão diferentes
O dia pode nascer com chuva, com sol, nublado, claro
Tudo parece mais igual
O dia e a noite estão bem parecidos
Bem parecidos
É estranho estar com o coração vestido de preto
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Um comentário:
Alex, o seu post mexeu muito comigo. A mãe da Mari já havia comentado sobre ele, mas eu não tinha lido. Receba o meu abraço!
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