domingo, 21 de junho de 2009

Eu, hoje.

Esse fim de semana vim visitar meus pais na minha cidade original. E é sempre bom, mas tão estranho. Entre nós três tudo ótimo. Mas dentro de mim tantos eus.
Eu olho pras pessoas de onde eu sou e onde vivi grande parte da vida e tento me ver nelas, mas não consigo muito. Olho pros meus pais e ao mesmo tempo em que me vejo, não me vejo mais.
E olho pra mim mesmo, e não consigo me enxergar.
Eu vejo algumas pessoas que pertencem tanto a quem são, a onde estão, e às pessoas com quem vivem. Eu não. Não me sinto inteiro em lugar algum. Há pedaços por todos os lados desse planeta, que vão ficando. E eu vou caminhando repartido.
Sábado por volta das 5 da manhã eu vi a lua e uma estrela especialmente brilhante. E eu achei um pedaço de mim. Eu queria ter ficado horas dentro daqueles minutos, sentindo uma parte de mim que eu não sentia fazia tempo.
Amanhã parto, novamente, em busca de outro pedaço que fica guardado num outro local. E assim vou me espalhando pelo caminho.
Acho que estou com vontade de deitar e sentir meu corpo todo junto, sentir um sono sem ontem, nem amanhã, nem sempre, nem nunca. Sentir o agora.
E eu decidi que não quero terminar esse texto.

Um comentário:

Mari Eller disse...

talvez "ser inteiro" seja, na verdade, ser em diversas dimensões da vida, sem desprezar ou privilegiar nenhuma delas. mas ser pleno, sem máscaras, sem pretensões, mesmo que tenhas que seguir sem ver todas as partes juntas de uma só vez...